Morada

Talvez eu te deseje como um casarão arcaico...

Ali vazio mas com histórias por todos os cômodos que um dia a gente ocupou.

Esse querer tão forte como os tijolos antigos que foram recobertos por muitas demãos das tintas que não se vendem mais.

Essa nossa pele que percorre quarto, sala e se abala na despensa cheia de prateleiras onde guardo, por assunto, o mais íntimo de nós.

Talvez eu seja um tipo de casarão vazio

Enigmático e passando um ar sombrio.

Fachada residencial da alma.

Ana Maria de Queiroz
Enviado por Ana Maria de Queiroz em 05/08/2021
Reeditado em 05/08/2021
Código do texto: T7314540
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