Mal tempo

Que se aquedam os sonhos,

Entre os espelhos quebrados,

No olhar não há desvelo,

A brisa morna não afaga o rosto,

Só li dão, dão as dores ao coração,

O vazio que pinta o quarto, solidão,

Corvos são presságios do mal tempo,

O breu que apoderou-se da razão,

Deixando a alma em aflição,

Marasmo do corpo,

Vento trémulo, sem orgasmo,

Falsa investida do silêncio,

Na lira que ressoa o pranto,

Num passear de nuvens cinzentas,

Onde os versos nem rimam,

E as estrofes não definem os poetas,

Pois, para o mal tempo,

Nem o silêncio tem respostas (...)

(M&M)

Daniel Miguelavez ou Merlin Magiko
Enviado por Daniel Miguelavez ou Merlin Magiko em 04/08/2021
Código do texto: T7314021
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