Mal tempo
Que se aquedam os sonhos,
Entre os espelhos quebrados,
No olhar não há desvelo,
A brisa morna não afaga o rosto,
Só li dão, dão as dores ao coração,
O vazio que pinta o quarto, solidão,
Corvos são presságios do mal tempo,
O breu que apoderou-se da razão,
Deixando a alma em aflição,
Marasmo do corpo,
Vento trémulo, sem orgasmo,
Falsa investida do silêncio,
Na lira que ressoa o pranto,
Num passear de nuvens cinzentas,
Onde os versos nem rimam,
E as estrofes não definem os poetas,
Pois, para o mal tempo,
Nem o silêncio tem respostas (...)
(M&M)