Aflorar
Inquietude da alma,
Como se o coração não soubesse ouvir,
Como se os ouvidos ousassem a dormir,
Desperta um sentir como magma,
Enraizados nos hemisférios de mim,
Entre dois mundos e uma razão,
Entre a onda oscilante sem mim,
Paixão, canção de arrepios em diapasão,
Derrubam ventos, sem dar explicação,
Mudam-se os tons das peles,
Mudam-se as vontades tímidas,
Pensares confusos, serelepes,
Vejo-me caído(a) aos teus pés,
Submisso(a) aos desejos avassaladores,
Pinta-me de êxtase, em cada página não escrita,
Encha-me do aprazível como flores,
Suores escorrem como tintas,
Quando escreves com as tuas digitais,
Não contenho-me, solto ais,
O desejo doma a timidez,
E a flor menina, ao instante torna-se mulher,
Invadem-me os silêncios preenchidos de prazer(es),
Acentuando os sabores dos teus beijos,
Que condenam, aos mesmo tempo que salva,
Desnuda-me sem pudores,
Faz-me viajar, seja lá onde fores,
Vejo-me diante da ilusão,
Definida tela nua para tua satisfação,
Degusta-te dos gomos de meus seios,
Sugaste-me até ao fim, em todos os meus meios,
E com todo atrevimento,
Desprovido de receios,
Em ímpetos movimentos,
Laterais, circulares,
Explorando ângulos
E tendo melhores visões,
Aflorando as emoções,
Com a prática que torna-te perfeito,
Dou por mim, paralisado em todos os efeito(s),
Na jornada das tuas rimas soltas,
Suspiro como cantares de gaivotas,
Numa viagem só de ida,
Sem tempo e nem hora pra voltar,
Queimada pela tua chama da paixão,
A boca seca ao subir da excitação,
Urgentes vontades, socorres-me,
Dando-me de beber o licor da embriaguez,
Enquanto o sangue queima-me as veias,
Oscilam os meus ventos,
Ao orgasmar das minhas ilusões (...)
(M&M)