DOS LAÇOS RESTAM NÓS

A noite me confidenciou
Que a sua alegria encarcerou
Enjaulado-a na escuridão
Onde as estrelas temerosas
Recusaram-se a brilhar.

No mesmo instante
A lua oculta no céu
Alterou em meu olhar a maré
Acorrentado em meu peito
A saudade.

Sei que ainda sou quem amas
E que o meu nome
Continua tatuado
Na sua memória.

Dê-me a mão
Estou a um passo de você
A noite é apenas uma criança malvada
Que não aprendeu a brincar.

Não se renda
Ao martírio da solidão
Ao contrário
Renda-se as façanhas do amor.

Deixe-me ser
Seu carcereiro esta noite
Cuidarei de você
Até o último canto do roxinol.

O cair das flores no outono
Não me importará
Se você não estiver ao meu lado
Aquecendo o meu coração.

A brisa fresca da manhã
Não me embriagará
Se nela não conter
O perfume do seu corpo.

Somente diga-me SIM
E eu serei seu porto
Abrigo
Amigo.

Não quero viver assim
No breu de uma saudade fria
Sem ter comigo
A luz da sua companhia.

Porque não existe dia
Sem o seu sorriso
Não existe noite
Sem o seu olhar
E não existirá NÓS
Se na outra ponta do laço
Não existir VOCÊ.

Então, deixe-me ser 
O sol que aquece o nosso querer
Em meio as noites frias
E solitárias dos nosso pensamentos.
 
Xícaras de Prosa
Enviado por Xícaras de Prosa em 04/08/2021
Reeditado em 04/08/2021
Código do texto: T7313830
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