O homem com seu machado marcha, em direção ao achado.

O homem com seu machado marcha, em direção ao achado.

A lamina afiada da discórdia, reflete seu rosto cálido.

Erguem-se os pulsos

enquanto a mata ainda respira

o coração intacto como a madeira maciça

a madeira do caixão, que guarda seu corpo que já não mais respira

a madeira do seu guarda roupa que guarda seus pertences

sua blusa de lã de carneiro, seu sapato de couro de jacaré

suas camisas de fibras sintética.

O homem pensa que pensa

Fere a si mesmo a cada instante

Cava o abismo e se enterra dentro dele.

Mas dentro do abismo ainda existe;

Mac donalds e coca cola..

Sombra e água fresca.

O homem com seu machado marcha em direção ao achado

Devasta o caminho, mas nunca chega a “lugar nenhum”.

Correm contra o tempo em seus carros que cospem fumaças

Nas suas “espaçonaves” aerodinâmicas.

Na sua ânsia sistêmica.

Mas dentro do abismo ainda existe;

Preto-óleo, branco-neve.

Arco-íris; meio-ambiente. (só meio).

O homem pensa que pensa

Cospe a saliva da ganância em si mesmo.

E faz do abismo seu imperialismo.

Mas dentro do abismo ainda existe;

Cérebros enlatados, genes alterados;

Alimento transgênico e fome ecumênica.

O homem pensa que pensa

E corta um pedaço de si mesmo a cada instante

Com o machado que se sustenta do achado.

Rommyr Fonttoura
Enviado por Rommyr Fonttoura em 10/11/2007
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