Mãos vazias

De mãos vazias, correste,

Negaste todo amor que me deste,

Choravam as tuas frias lágrimas,

Lá na sombra de cipreste,

Quebraste o belo relicário de rimas,

Não soubeste conservar o batom

Dos meus ardentes lábios,

Enrugaste-os , já não são macios,

E, cá dentro abriga o vazio,

A paixão já nem geme o teu cio,

Corpo gelado, coberto com a manta de frio,

Correste quase sem direcção,

Na árida estrada da ilusão,

Eu perdi-me no deserto,

Deixando pegadas de areia no coração,

De mãos vazias caminhei,

Naufragando no efêmero orgasmo do tempo,

Restabelecendo as forças,

Para não fartar-se do amanhã,

Pois, as espigas ainda endurecem meu rosto,

E o silêncio não traz aquele conforto,

Pois, minhas mãos ainda estão vazias,

E as rendas do tempo,

Não estimulam os sentimentos (...)

(M&M)

Daniel Miguelavez ou Merlin Magiko
Enviado por Daniel Miguelavez ou Merlin Magiko em 02/08/2021
Código do texto: T7312689
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