Oculto no olhar
Não são tuas as minhas lágrimas,
Mas, são minhas as tuas lágrimas,
Algo tocou-te,
Ao certo caiu uma gota,
Desceu daquele manso céu,
Como se busca-se resposta,
O olhar caído se ergueu,
As lágrimas, clamaram o apogeu,
As pálpebras excitaram-se,
A íris inundou-se no cristalino,
Seus olhos tocavam, feito sino,
No mistério da corneá que não se calava,
Uma flor de solidão em seu olhar brotava,
Havia um espelho quebrado,
A alma sentia-se despida,
Antevendo a dor de uma partida,
Uma efêmera chegada,
Consumido pelo túmulo do silêncio,
E aquela imagem inocente,
Que se reflectia em cacos caídos,
Era um prisma diferente,
Como se o presente nunca tivesse acontecido,
Pois, a ilusão era um tempo do passado,
Que desfolhava-se ao desvanecer,
Naquele místico anoitecer (...)
(M&M)