Oculto no olhar

Não são tuas as minhas lágrimas,

Mas, são minhas as tuas lágrimas,

Algo tocou-te,

Ao certo caiu uma gota,

Desceu daquele manso céu,

Como se busca-se resposta,

O olhar caído se ergueu,

As lágrimas, clamaram o apogeu,

As pálpebras excitaram-se,

A íris inundou-se no cristalino,

Seus olhos tocavam, feito sino,

No mistério da corneá que não se calava,

Uma flor de solidão em seu olhar brotava,

Havia um espelho quebrado,

A alma sentia-se despida,

Antevendo a dor de uma partida,

Uma efêmera chegada,

Consumido pelo túmulo do silêncio,

E aquela imagem inocente,

Que se reflectia em cacos caídos,

Era um prisma diferente,

Como se o presente nunca tivesse acontecido,

Pois, a ilusão era um tempo do passado,

Que desfolhava-se ao desvanecer,

Naquele místico anoitecer (...)

(M&M)

Daniel Miguelavez ou Merlin Magiko
Enviado por Daniel Miguelavez ou Merlin Magiko em 31/07/2021
Código do texto: T7311420
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