SILHUETA
Abrir o coração,
falar de ti,
cobre-me a alma
de lembranças queridas,
que repasso
feito um rosário.
Você chegou,
marcou meu mundo,
e se foi,
qual revoada de pássaros.
A canção, ainda ouço,
feito soluços guardados,
ou a sonoridade
de uma solidão,
a lembrar
as manhãs do nosso tempo.
Um silêncio,
um olhar
bastaram
para que se fizesse noite.
Um tornado
levou-te para longe.
A inclemência do frio
congelou a alma,
fragmentou a vida.