NOITE
Maria de Fatima Delfina de Moraes
E chega lentamente o por do sol.
Pássaros em bandos gorjeiam, recolhendo-se aos ninhos
e emprestam à tarde a sua alegria de verão.
Pequeninos feixes luminosos de sol
ainda teimam em resistir ao manto da noite.
A noite paciente vem envolvê-los lentamente.
Flores recolhem suas pétalas em imagens lentas.
É o prenúncio da noite, tão linda assim, sem tormenta.
E as flores, aos poucos, mergulham em sono profundo.
Repousam, para despertarem majestosas em outro alvorecer.
E ainda ofuscado pela luz do sol,
despontam os primeiros raios de luar.
Hoje, a lua é cheia...
Tão linda quando se despe das nuvens e se mostra nua.
No solo, os rios hipnotizados, sussurram baixinho.
No céu surgem as primeiras estrelas...
Gotas mágicas flutuantes,
esparramam pelo céu lanterninhas cintilantes.
A cidade adormece em majestoso silêncio...
Paira no ar, doce sensação de paz infinita.