Adivinhe o que sou eu

Eu sou a chave

Eu sou uma porta

Sou uma parede que fala

Sou as idéias inacabadas

E o choro dos abandonados.

Sou uma videira madura

Vinde, cantemos à una

Sou razão que descende do despertar

O despertar dos rios

Porque os rios correm para o mar

Como se quisessem se beijar.

Sou o barco, o pirata, o tesouro no profundo

O arco, a flecha, o alvo

Sou o siri, o iceberg, a tempestade

Estou aqui, estou aqui

Eu vim para mostrar-me bela mas causo o riso e o chorar

Eu vim para lhe dizer

E anestesiar

Ante o surto e a cura

Ante o ferimento e a sutura

Eu sou.

Eu sou a névoa que lhe causa incerteza

Eu sou o medo de mostrar -se ser

Quem és de verdade à eles.

Sou eu quem armo as guerras na tua cabeça

E as desfaço com as próprias mãos

Eu sou um espelho turvo

Eu sou os quadros e os artistas

Sou também suas mãos e tintas

Sou o prazer e o algoz.

Eu sou o insulto e o elogio

Sou uma abelha e as flores

Mas que flores belas as que sou!

Quem se trata aqui?

Sabes bem o feitio de tentar viver sem mim!

Quem sou eu?

Eu sou teu deus

Sou teu céu, teu véu, teu chão.

Eu sou a loucura dizendo:

"Olá "

Ligeia Amanna
Enviado por Ligeia Amanna em 30/07/2021
Reeditado em 09/07/2023
Código do texto: T7310805
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