Adivinhe o que sou eu
Eu sou a chave
Eu sou uma porta
Sou uma parede que fala
Sou as idéias inacabadas
E o choro dos abandonados.
Sou uma videira madura
Vinde, cantemos à una
Sou razão que descende do despertar
O despertar dos rios
Porque os rios correm para o mar
Como se quisessem se beijar.
Sou o barco, o pirata, o tesouro no profundo
O arco, a flecha, o alvo
Sou o siri, o iceberg, a tempestade
Estou aqui, estou aqui
Eu vim para mostrar-me bela mas causo o riso e o chorar
Eu vim para lhe dizer
E anestesiar
Ante o surto e a cura
Ante o ferimento e a sutura
Eu sou.
Eu sou a névoa que lhe causa incerteza
Eu sou o medo de mostrar -se ser
Quem és de verdade à eles.
Sou eu quem armo as guerras na tua cabeça
E as desfaço com as próprias mãos
Eu sou um espelho turvo
Eu sou os quadros e os artistas
Sou também suas mãos e tintas
Sou o prazer e o algoz.
Eu sou o insulto e o elogio
Sou uma abelha e as flores
Mas que flores belas as que sou!
Quem se trata aqui?
Sabes bem o feitio de tentar viver sem mim!
Quem sou eu?
Eu sou teu deus
Sou teu céu, teu véu, teu chão.
Eu sou a loucura dizendo:
"Olá "