POEMINHAS PARA LER SEM PRETENSÕES.
Peguei do nada,
a miniatura de uma
coisa,
não pude dar nome,
ela ainda não
foi criada,
depois de criada
ela voa e ganha
preço,
este ponto não
me toca,
prezo o vazio,
e nele me completo.
Plantei uma árvore,
e atrás dela fiz um rio,
molhei meu pé,
colhe a sombra,
veio o tempo e levou
minha infância,
o rio secou,
a árvore é apenas
saudade...
Luizinho
era meu amigo,
ele cresceu,
prestou para cachaça,
eu estou tentando
prestar para poesia.
Ela passou,
se foi,
era uma flor
desabrochando,
ela me habita,
hiberna em mim,
o tempo passa
cera,
a saudade passa
a faca,
tudo registrado
nas intermitências
da alma.
Pus uma ave
nos meus olhos,
este é meu verso,
nele aconteço,
aprendi a usar
a solidão para
enganar a dor.
Agora, agora
mesmo,
te coloco numa
flor,
para ser beijada,
a flor
deve ser bela,
a boca deve
ser a minha.
Como e bebo
está tarde,
tenho fome
de metáforas,
você é hipérbole
na minha
imaginação.