Sonhos silenciados
Sonhos jurados no reconhecimento
que não está mais la,
no coração deletado na dor,
na claridade da tinta numa parede,
que ficou gravado a algia da sua alma.
Anciã de momento, na areia do parque
onde a cidade cresce, em prantos,
em brancos sombreados pelo mel
da sua existência nascida a cada manhã.
Utopias dançadas ao sol de um verão
olvidado nos sonhos sem surpresas,
guardados nos versos rabiscados em vão,
lembrados na surpresa abstrata da letargia.
Fantasias recordadas na fé esquecida
no velho porta-retrato mudo na imagem,
abrigado no lençol molhado do adeus,
silenciando o dia, sem medo do que ficou.