Profundo
Entrelaço minhas mãos nas tuas
Parece uma o que são duas
E duas o que são quatro
Nos teus braços me enlaço
E contrariando as leis
Dois ocupam o mesmo espaço
Que importa quantos somos
Se aquilo que um dia fomos
Jamais seremos de novo
As águas do rio mudam constantemente
E oscilamos entre a base e o topo
Não somos a metade um do outro
Somos únicos, completos
Mas, juntos, voltamos a ser feto
É como se voltássemos à estaca zero
E recomeçássemos nossas histórias
Ficam para trás nossas memórias
De tempos vividos outrora
Sinto que vale a pena o agora
Vivido plenamente em cada segundo
Paralelamente existe outro mundo
Onde só nós dois existimos
A porta, apenas nós abrimos
Porque sem querer descobrimos
O mais profundo do profundo.