Profundo

Entrelaço minhas mãos nas tuas

Parece uma o que são duas

E duas o que são quatro

Nos teus braços me enlaço

E contrariando as leis

Dois ocupam o mesmo espaço

Que importa quantos somos

Se aquilo que um dia fomos

Jamais seremos de novo

As águas do rio mudam constantemente

E oscilamos entre a base e o topo

Não somos a metade um do outro

Somos únicos, completos

Mas, juntos, voltamos a ser feto

É como se voltássemos à estaca zero

E recomeçássemos nossas histórias

Ficam para trás nossas memórias

De tempos vividos outrora

Sinto que vale a pena o agora

Vivido plenamente em cada segundo

Paralelamente existe outro mundo

Onde só nós dois existimos

A porta, apenas nós abrimos

Porque sem querer descobrimos

O mais profundo do profundo.

Ane Rose
Enviado por Ane Rose em 25/07/2021
Código do texto: T7307137
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