DIVINAL

Queria ver-te
pequena deusa,
ausente de meu tempo,
viajante de atalhos.

Queria apenas olhar-te
coberta de véus,
aromatizada de ervas,
uma flor erótica dos sonhos.

Tocar-te
seria impossível,
te desfarias em fragmentos
de cinzas perfumadas
espargidas pelos sete mundos.

Mas quem sabe um dia,
assim de inopino,
me lanço sobre ti
e juntos num abraço sem fim
nos desfazemos no espaço?




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Otávio Coral
Enviado por Otávio Coral em 25/07/2021
Reeditado em 25/07/2021
Código do texto: T7307032
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