COELIA CONCORDIA

As artes do fogo em templo obscuro,

dão conta que o tempo sempre acaba,

seja para guardar a pureza por trinta anos,

seja para devotar a outros deuses o temor.

E fechadas as portas e levadas as cinzas,

desfaz-se do véu branco a juventude.

E quando for a memória, culpa e engano,

falarão de demônios mais antigos que os desejos.

A cruz cravou sua culpa no caminho infeliz,

para que a felicidade fosse fruto perdido.

Deuses que não dançam são apenas esculturas,

num barro triste que se pretende mármore um dia.

EDUARDO PAIXÃO
Enviado por EDUARDO PAIXÃO em 19/07/2021
Código do texto: T7303135
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