COELIA CONCORDIA
As artes do fogo em templo obscuro,
dão conta que o tempo sempre acaba,
seja para guardar a pureza por trinta anos,
seja para devotar a outros deuses o temor.
E fechadas as portas e levadas as cinzas,
desfaz-se do véu branco a juventude.
E quando for a memória, culpa e engano,
falarão de demônios mais antigos que os desejos.
A cruz cravou sua culpa no caminho infeliz,
para que a felicidade fosse fruto perdido.
Deuses que não dançam são apenas esculturas,
num barro triste que se pretende mármore um dia.