Ode à liberdade
Leves como plumas
são os passos seus
a reger meus nortes,
rumo ao arco-íris,
beirando as cercas
a despontar aos céus...
Num repente beira-se
a mirar os pés
vão-se cambaleantes
tatuando os nós
e em queda se abatem,
mudam-se de rumo,
sem rota vagam-se
peregrinam a esmo
a buscar os “eus”.
Andarilho em trilha
na solitude mor
encalça estrela a fio.
São tantas vivas pelejas
veredas em comboios toam...
Nos aflitos ombros ruem
as dores, os pesares todos
como revolta negra nuvem.
Sobre o ser combalido
palpita cintilante Luz
a enroupar o mortal ser...
Ente ignoto, reluzindo paz
paira sobre as gentes
como sublime e doce canto
que alarga a voz infinda
e no silêncio eclode
a demolir o princípio atroz
a sobrepujar soa a melodia...
em cantarolante ode
e do sombrio laço algoz
voa em pura liberdade
o cativo feroz!