MITOLÓGICA
Era dos tempos o sinal perfeito,
Uma intumescência lunar
Cooptada em suspeitas antenas
Farejando o futuro.
O dia ainda não parido
Exalava insinuações do medo
No viveiro assombrado da memória,
Feito regalos dum degenerado.
Eram dois sob sentença
No labirinto resumidos --
Então desencontrados
-- como que imaginados pelo mar.
Era das eras signo e sigilo
A valsa a mesma, rapto, secular
Manhã de bocejantes girassóis
Perplexos com reflexos convexos.
Entre os objetos mais furtivos,
Seus vultos à espreita,
Um coturno soturno ou sapatão
De respeito, eficaz
Para render espantos contumazes
E as libações de tristes vísceras
Ao nem sempre bem vindo sol,
Era de se esperar.