MITOLÓGICA

Era dos tempos o sinal perfeito,

Uma intumescência lunar

Cooptada em suspeitas antenas

Farejando o futuro.

O dia ainda não parido

Exalava insinuações do medo

No viveiro assombrado da memória,

Feito regalos dum degenerado.

Eram dois sob sentença

No labirinto resumidos --

Então desencontrados

-- como que imaginados pelo mar.

Era das eras signo e sigilo

A valsa a mesma, rapto, secular

Manhã de bocejantes girassóis

Perplexos com reflexos convexos.

Entre os objetos mais furtivos,

Seus vultos à espreita,

Um coturno soturno ou sapatão

De respeito, eficaz

Para render espantos contumazes

E as libações de tristes vísceras

Ao nem sempre bem vindo sol,

Era de se esperar.

Israel Rozário
Enviado por Israel Rozário em 18/07/2021
Código do texto: T7302064
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