Réquiem
Em poucas palavras, disse absurdos.
Coisas sem sentidos, sentimentos em vão.
Mas se eu estava cego, eu estava mudo!
Foi um sonho então.
Pois há muito tempo não enxergava,
E ninguém ouvia o tom de voz...
O silencio e o escuro contaminava,
O que eu escolhi para algoz...
Foi preterido entre outras escolhas,
O pretérito que já lhe fora lascivo...
E como no outono caem as folhas,
Eu cai, e pelo vento fui vencido...
Queria ao menos ter lhe dado mais,
Mesmo sabendo que você é quem me devia.
São palavras, palavras e tais,
Segredos pedindo alforria...
Pois nele é que escondem teus segredos,
Que são impuros como tua vida...
Pousando como Musa para os Aedos,
Obra de arte desconvida...
Por me isso libertei de minhas palavras,
E pude dizer tudo àquilo que eu vi.
E deixar em você minhas escalavras,
De tudo aquilo que com você eu vivi...
Então lhe trarei meus sentimentos mortos,
Numa canção repleta de oração.
Seu coração é uma nau que rejeita portos,
E sua alma perdeu o coração...