Comunidade

Do lugar de onde vim
De ninguém nada se espera
Já se nasce condenado
E a pena é a miséria

Tudo lá é mais difícil
As manhãs são mais escuras
Mais tristes são as histórias
E as noites são mais turvas

Aqui fora somos vistos
Como um mal necessário
Para sermos subalternos
Ser motivo de escárnio

É preciso muita força
Para poder de lá sair
Matar um leão por hora
Crer e nunca sucumbir

Muita gente de valor
Vem desse mesmo lugar
Com a postura sempre altiva
Sempre disposta a lutar

Quem me dera o governante
Para esse povo olhasse
Partilhasse de seus sonhos
E lhes desse liberdade.