Entre mim e eles
Família forte no lastro
Viviam dez em aperto,
No espaço para quatro
O ambiente católico
Amável e público
E, lógico, também bélico
O pai sempre foi operário
Um fiel e quase vigário,
Que nunca perdeu o horário
A mãe dona de casa e costureira
Batia, de cinta e chinelo na doideira,
Mas com todos era parceira
Infância rica e mágica
E, para ajudar na educação,
Até caderno de papel de pão
Éramos os "ruentos",
Brigando ou em livre sentimento
Pelas ruas da vila de cimento
Uma oliveira com ramos
Que não se negam, e seguem
A seiva de sangue
E crescemos; casamos e mudamos;
Perdemos... e ainda brigamos
Mas, continuam-se os ramos.