Inverterado

Principia em mergulhos

Rente ao reencontro da visão

Dos portais multidimensionais do grande mistério

Onde nada é novo

Ousando aprofundar nesse oceano inconsciente

A alma

Há de se alargar gradualmente

E tendo lentes postas sobre o seu presente

A chave para ressignificar-se

Cultivando a vida interior

Totalmente despido

Suas intenções, tornam-se nuas

E o ser, desabrocha em teus plurais

E na medida que o ser evolui

No vasto espiral de luz

Expandem-se os perímetros

Os arredores

Das fronteiras de limite que a veste faz com o desconhecido

Desiludido

E imerso nesse imaginário coletivo do mundaréu

Desconstruindo todos os equívocos

Sem identificar-se como réu (culpa)

E no fluxo

Desemaranhar-se do corpo de dor

Que tece a trama de memórias

Dessas diversas estórias da humanitas

Há de se ter longevidade n'alma

E mui calma, para fluir sobre as águas turvas

Dessa era impetuosa

Onde esqueceram-se os princípios

E sem asas, os seres se ligam ao passado

Malpassados, se perdem na ilusão

E vindo de lonjuras

Debruçando o teu olhar primevo, perante as miudezas

O encontro com as grandezas

Do céu dos céus: interior

Consciência

Ruindo com as pseudo-certezas

E apercebendo nessas alturas

Que quão longe olho

Mais antigo é o que vejo

Reverenciando a sabedoria ancestral

De sopro em sopro sagrado

Entremeia compreensões na alma

Por milênios sobre esta Terra

Comunando com os que semeiam

Mesmo diante das tempestades

E aqui

A compreensão é sinônimo de descontrução

Se ganha amplitude da visão

Atenção na ação

O ser desperto, recupera suas asas (á-la-cre)

As vivências se dão em volteios

Onde se aprende a coexistir no novo

Desfazendo o tal nevoeiro

E mesmo no epicentro

Desse vultuoso abismo opulento

Fluirá nas águas e se firmará na terra

Calcando em teu ser

Inverterado, assim como as tartarugas ...

Marcão Cruz
Enviado por Marcão Cruz em 16/07/2021
Reeditado em 28/01/2022
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