(despojos)
fujo do silêncio
dos rasgos da memória
da sala vazia (tenho medo)
das horas mortas (desconfio)
abraço o burburinho do vento (um alento)
surto com o cricrilar (quebrantado tormento)
curto o coaxar (presumido lamento)
finjo não mais dormir
para afastar-me dos sonhos
abro espaço
para pequenas sangrias
remendo o medo
na colcha tosca dos acontecimentos
até regurgitar presságios
/despojos de um mundo vil
e virulento/