(despojos)

fujo do silêncio

dos rasgos da memória

da sala vazia (tenho medo)

das horas mortas (desconfio)

abraço o burburinho do vento (um alento)

surto com o cricrilar (quebrantado tormento)

curto o coaxar (presumido lamento)

finjo não mais dormir

para afastar-me dos sonhos

abro espaço

para pequenas sangrias

remendo o medo

na colcha tosca dos acontecimentos

até regurgitar presságios

/despojos de um mundo vil

e virulento/

Poemúsica
Enviado por Poemúsica em 16/07/2021
Código do texto: T7300948
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