Quando te calas (...)
Há um frio e um vazio,
Quando não te ouço falar,
Uma parte de mim se esconde,
E o peito aperta cá dentro,
O silêncio se expande,
Congelando as paredes da solidão,
O véu recaí sobre olhar sombrio,
Nas profundezas duma ilusão duradora,
Pois, a língua não atinge o céu da boca,
Surdas são as palavras,
Que não excitam os ouvidos,
O ar bloqueia os sentidos,
Dou por mim na sensação de abandono,
Os olhos não morrem ao sono,
E a charmosa primavera,
Envelhece com o outono,
Onde o vento sorve a última gota de mim,
Na saudosa brisa que bafeja o fel,
Pois, não ouço a sua voz de mel,
Torno-me prisioneiro dos meus medos,
Enclausurados, nas cláusulas do pensar,
Inquieto de naufragar nesse a(mar),
Em que o silêncio, nem me consegue resgatar,
Pois, sinto o teu eu a se distanciar,
Tão somente, deixando a névoa,
Que pinta o palco da emoção,
Na insanidade do profundo silêncio,
Sem a lufada serena do ar,
Em que eu possa me acalentar,
Pois, já não te ouço falar,
Na escuridão da minha noite sem definição (...)
(M&M)