Quando te calas (...)

Há um frio e um vazio,

Quando não te ouço falar,

Uma parte de mim se esconde,

E o peito aperta cá dentro,

O silêncio se expande,

Congelando as paredes da solidão,

O véu recaí sobre olhar sombrio,

Nas profundezas duma ilusão duradora,

Pois, a língua não atinge o céu da boca,

Surdas são as palavras,

Que não excitam os ouvidos,

O ar bloqueia os sentidos,

Dou por mim na sensação de abandono,

Os olhos não morrem ao sono,

E a charmosa primavera,

Envelhece com o outono,

Onde o vento sorve a última gota de mim,

Na saudosa brisa que bafeja o fel,

Pois, não ouço a sua voz de mel,

Torno-me prisioneiro dos meus medos,

Enclausurados, nas cláusulas do pensar,

Inquieto de naufragar nesse a(mar),

Em que o silêncio, nem me consegue resgatar,

Pois, sinto o teu eu a se distanciar,

Tão somente, deixando a névoa,

Que pinta o palco da emoção,

Na insanidade do profundo silêncio,

Sem a lufada serena do ar,

Em que eu possa me acalentar,

Pois, já não te ouço falar,

Na escuridão da minha noite sem definição (...)

(M&M)

Daniel Miguelavez ou Merlin Magiko
Enviado por Daniel Miguelavez ou Merlin Magiko em 16/07/2021
Código do texto: T7300507
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