SONHO
Francisco de Paula Melo Aguiar
É o conjunto ficto de imagens.
De quem se acha e pode sonhar.
Pensamentos, ilações e bobagens.
Simulacro de tintas e pinceis sem pintar.
Pega uma folha de papel amarrotado.
Desbotado pelo tempo de embrulhar prego.
E escreve com a caligrafia torta o sonhado.
Não importa a ortografia culta ou inculta do cego.
Imprime no papel todas as desgraças.
Dos lixos mentais de caminhos perdidos.
De textos sujos de desilusões inacabadas.
E de estradas e sonhos não percorridos.
Registra na memória do tempo
Vago com teus restos de ideais
No mundo infinito de espaço e relento
E de sol apático sem pontos cardeais.