Pela cidade
10h e eu me dei conta de olhar por cima da ponte de ferro.
Quis ter certeza se a cumieira da Antiga Casa de Detenção sentia o mesmo calor que eu.
Fui
parar
na
Camboa do Carmo.
Gente, gente, gente.
O céu azul mal teve tempo de pedir que as nuvens esfriassem o dia. Distraído por tanta gente e a v e r b o r r a g i a.
Meio-dia e eu vinha olhando o Recife como se não o visse há milênios.
Devagar.
Sem pressa.
Com a mesma saudade que tenho da infância.
Depois da pizza da Padaria Imperatriz passei por Clarice mas não lhe disse nada.
Ela estava acompanhada.
Dali, fui bater na Av. Manoel Borba. O Hotel Central agora é rosa e grená com janelas azuis.
Lembrei de Toquinho. E então de Vinicius. E de Jobim.
Tudo de uma vez só.
De repente, era Rua José de Alencar. E eu lembrando ainda das águas do Capibaribe. Da calçada de pedrinhas que a Pefeitura não usa mais.
Aí, Rua da Soledade...
E eu em pé na Conde da Boa Vista como se fosse a primeira vez.
14.VII.2017