Dos desaforos que nos incomodam

viver sem um traço de vergonha

pedir a absolvição dos pecados

numa patranha de teias de aranha

onde caem sem parar os imaculados

vê-me a chorar, sem saberes porquê

podes inventar o que quiseres

então olha, entra no meu peito e vê

a injustiça dos desaforos que proferes

e ainda assim esperarei por ti

numa qualquer verdade que doa

sem esperar uma faca que nunca pedi

num qualquer recanto sujo de Lisboa

Manuel Marques
Enviado por Manuel Marques em 13/07/2021
Código do texto: T7298715
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