A quatro mãos

Deixa eu ser pra você

O suór e o sorriso de uma noite

O calor de um momento intenso

O motivo de um pecado rasgado

A quatro mãos, e o mapa nas costas

Contra a parede o pescoço que se enforca

O galope da amazona em meu dorso a molhar

A cama, meu corpo, minhas palavras

Que fogem da minha boca em ritmo frenético

Enquanto seguram seu cabelo, seus quadris

Tão meus, tão macios em minha boca

És minha puta, e minha santa

Por entre botões e zíperes abertos, outrora carcereiros

Do nosso sexo, que já não se fecham

Tudo está livre, apto a se comer e engolir

E nossa dieta não tem restrições

Vale tudo, até mesmo amar

Sentimento de posse e liberdade

Que faz arrepiar os pêlos e queimar os olhos

Que desejam fundo, profundo o mundo

Que cabe em nossos corpos nus

Molhados da saliva, do suór e do gozo

De nos encontrarmos livres

Quando estamos presos

Um dentro do outro.

Anderson Gomes dos Santos
Enviado por Anderson Gomes dos Santos em 12/07/2021
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