O TEMPO
O tempo almoça e janta.
Toma o café da manhã,
envelhece o panda,
torna velha a rã...
Não sabe fazer mais nada,
só comer horas, segundos;
às vezes se perde em palavras,
come eternidades, mundos...
Não engorda, o mesmo, sempre,
passa a passar em si passando,
nunca devagar, mesmo que tente,
para ele nunca haverá quando...
E nós, usando-o, somos usados,
no pulso, na parede, no Big-Ben...
No cronômetro, o pensamos parado...
Alguém o pode parar, alguém?
Sinta-o dentro de suas veias,
a se fartar dos seus pensamentos...
És, humano, enredado em sua teia...
Tu és os ponteiros do tempo...