Recordações
É engraçado como de repente,
Um cheiro traz recordações à mente;
E não importa o tempo passado,
Em um segundo tudo é lembrado.
As brincadeiras na rua de terra,
Esconde-esconde ou cabo de guerra;
Bolas de gude a manhã inteira,
A tarde tomar banho de mangueira.
Soltando pipa até anoitecer,
Ganhava sempre o último a descer!
Depois da janta era só conversar
E gente dava um jeito de brincar.
Quando chegavam as festas de São João,
Pular fogueira e soltar balão;
Comer pipoca ou caldo de feijão,
Sempre sobrava um gole de quentão.
É engraçado como de repente,
A nossa vida está tão diferente;
As brincadeiras já não são iguais,
Tem muita gente que nem brinca mais!
O que aconteceu com o passar da vida?
Será que a gente errou uma saída?
Nos separamos da bela infância
Para viver a nossa ignorância?
Vamos voltar e relembrar dos tempos,
Vamos trazer de volta os momentos;
Sentir o cheiro da terra molhada,
Contar histórias e dar gargalhadas.
Não é porque a gente já cresceu
Que tudo que ficou para trás morreu;
Pelo contrário, pois essa vivência
É o que revela a nossa essência.
Ainda somos aquelas crianças
Escondidinhas em nossas lembranças.
Já me encontrei, agora é sua vez!
Eu vou contar; então é um, dois, três...