errante
já não existe a casa dos meus pais. existiu um dia...
hoje, apenas quartos vazios
móveis empilhados
e aquelas portas abertas, mas que não aguardam regressos
nem visitas de passagem ainda confusas
que chegavam tardias
e ficavam longas horas conversando.
já não existe a casa dos meus pais. existiu um dia...
um a um abandonamos aquele calor
numa errância que não termina
embora esteja esgotando o sopro da vida.
já não existe a casa dos meus pais. existiu um dia...
hoje, apenas lembranças
vozes perdidas
e aquela rua que conhecia bem o peso dos nossos sonhos.
já não existe a casa dos meus pais...
o que ficou foi esta saudade danada
e este nome
e esta lágrima, este ai!