errante

já não existe a casa dos meus pais. existiu um dia...

hoje, apenas quartos vazios

móveis empilhados

e aquelas portas abertas, mas que não aguardam regressos

nem visitas de passagem ainda confusas

que chegavam tardias

e ficavam longas horas conversando.

já não existe a casa dos meus pais. existiu um dia...

um a um abandonamos aquele calor

numa errância que não termina

embora esteja esgotando o sopro da vida.

já não existe a casa dos meus pais. existiu um dia...

hoje, apenas lembranças

vozes perdidas

e aquela rua que conhecia bem o peso dos nossos sonhos.

já não existe a casa dos meus pais...

o que ficou foi esta saudade danada

e este nome

e esta lágrima, este ai!

Marco Xavier
Enviado por Marco Xavier em 06/07/2021
Código do texto: T7293797
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