Tropeço
pernas para que te quero?
olho porque me embrulhas?
perseguido pela dor de existir
houve um homem o rádio
notícias da última bomba
calor drops em ritmo musical
propenso a prosseguir na vida
um animal pasta solene
arranjando desculpas para não morrer
o capitalismo ejacula sem parar
os filhos das moscas não tem asas
baratas vermelhas e azuis
todos os prédios vomitam
bradam fuzis borbulhantes
pernas para que te quero?
coração volte a sangrar
na hora em que vi a moça
senti desejo de morrer
porque a poesia não me deu bola?