Mentiras

A mentira tem pernas cabeludas

o azul é vermelho no sul

no norte as horas são tarde

as vezes o envelope é vazio

atrás da lua escura

vinham trezentos bois marrons

o prefeito que dizia me amar

ateou fogo em minhas vestes

vertido o sangue do jumento

ficou o olho rosnando

o capeta não era tão feio

tinha até um rabo de ouro

palavras são como faca

passando no osso vazio

estômago estômago porque não calas

vivia brotando na calçada

uma coisa que não era musgo

Deus, oh Deus porque me enganaste?

se sabias que eu era tolo

e acreditava no próprio mel?

Paulo Luna
Enviado por Paulo Luna em 08/11/2007
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