REFRATÁRIO

Canto

e recanto

o meu canto absoluto,

às vezes,

doce e calmo,

outras vezes,

amargo e bruto.

Meu canto

é infringente,

não revolucionário

nem radical,

fala da vida da gente,

do insuflar dos egos

borrando os desenhos cegos

agora com a possibilidade

de serem expostos

nas vitrines virtuais.

Meu canto

abusa no acalanto

falando da musa,

para ela não encontro

nenhuma fuga,

sou assim abusado,

me sinto o dono

de todos os pecados

que vou cometendo

e nem me espanto.