Gosto de ficar só

Gosto da solidão
No silêncio de mim
Para não atropelar
O meu tempo ou minha vida

Aquieto-me num entrelaçar íntimo
Numa parte viciada e só
Em pleno inverno molhado
De um corpo desnudo e pleno

O caminho se desfaz no vento
Alterando o curso que curva-se na luz
Na água madura da primavera
Dilatando a tristeza em flores

Uma parte desabrocha na sombra da lua
O caminho eu perdi no encanto
De horas amareladas em cachos
Distante do ritmo que absorve o tempo

Sigo no caminho de volta
Com um riso descolado nos lábios
Que despacha um hálito gelado
De um eu esculpido no rascunho do tempo





 
Gernaide Cezar
Enviado por Gernaide Cezar em 02/07/2021
Reeditado em 04/07/2021
Código do texto: T7291190
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