Poesia não mata a fome...
O poeta vive com a cabeça nas nuvens
Num mundo mais imaginário do que real,
Pois a realidade que existe é mortificante
E o poeta quer existir no que pode ser criado!
O poeta quer viver da sua poesia,
Porém ela não mata a fome!
D'alma sim, do corpo não...
Centenas de poetas só foram reconhecidos
Após suas mortes miseráveis...
Alguns tornaram-se gênios imortais,
Mas milhares de poetas marginais
Arrastaram suas vidas em trabalhos inglórios,
Porque a poesia não mata a fome
E a fome do corpo dói, corrói e destrói a alma...
Busco um trabalho para sentir que realizo e produzo algo que é palpável...
A poesia é uma fumaça de palavras feito algodão doce
Que consigo tocar e orquestrar em versos para que me leias...
Mas tú? Consegues tocar?
Mata a fome da tu' alma,
Não mata a fome do meu corpo!
Poesia não mata a fome...
E eu como todo dia, verso por verso, palavra por palavra, estrofe por estrofe
E cago ritmo, melodia e rima todo dia...
Quer comer também?
Poesia é comida que não sacia!
Tu comes e nunca mais deixas de comer...
Brendda Neves