O menino mendigo
Moço me dá um dinheiro,
preciso comprar alguma coisa pra comer,
suplício de um menino, talvez de oito anos incompletos,
sentado pelo lado de fora de um supermercado.
A cada transeunte é inquirido o mesmo apelo,
aquele brasileirinho de cor bronze, bastante insistente,
pensei: é o retrato de nosso Brasil cheio de contraste,
contraste na raça, cor, na religião,
diversidade também daqueles que tem muito e outros não têm nem pão!...
aquela criaturinha tinha o olhar vivo,
o seu sorriso era um tanto maroto,
mas estava ali à mercê da sorte,
desde os míseros trocados, até dos maus tratos,
estava jogado, abandonado pelos pais,
pois ao invés de naquela idade amparado estar
no aconchego, com a proteção de um lar,
estava ali na ânsia de ganhar esmolas,
para talvez adquirir apenas algumas balas e doces,
oh! Deus, sendo assim, a fome muitas vezes seria iminente,
diante daquele local, um oásis de alimentação!...
E, aí novamente: me dê um dinheiro,
olhar severo de alguns, palavras ofensivas de outros,
o desarmam por uns instantes, poucos momentos,
pois a sua capacidade nata de pedir impulsiona-lhe novamente.
essas histórias que se repetem, conclusão logo chega,
por este Brasil a fora, quantos brasileirinhos pedintes desassistidos,
sem direito a uma alimentação adequada\
e talvez jamais a uma justa educação!
Brasil! Meu Brasil de muitas riquezas,
mas ainda com infinidades de pobrezas,
e de incontáveis belezas,
onde muitos de seus filhos ainda padecem,
nas ruas ou nos lares,
completamente infelizes, num paraíso que tu deverias ser!...