O tempo celebra

O tempo escoa na hora desolada
Deformando o canto risonho da noite
Numa fragrância em busca de abrigo
Para sonhar com a sua lembrança

O tempo estremece as minhas mãos
Aprofunda a marca clara vivida
Relata o sentimento em ofertório
Desenhando e penetrando na emoção

O tempo escala no silêncio útil
Fazendo prosperar em flores debilitadas
No sangramento pálido do eco
Que corre paralelo ao instinto

O tempo celebra e exalta as aventuras
Calando os fragmentos em várias partes
Perpetuando o abismo no vazio nu
Numa curva desenhada a esmo
Que derrama na lágrima um sorriso

 
Gernaide Cezar
Enviado por Gernaide Cezar em 24/06/2021
Reeditado em 24/06/2021
Código do texto: T7285972
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