NA MINHA NAVEZINHA
Pela janelinha da minha nevezinha
Seguro na mão astronauta
O escuro sólido de vácuo inóspito e
Vazio que seduz, atrai para dentro
A caminho do desconhecido
Poeira cósmica embaça a viseira
Do capacete, abrigo da mente inquieta
Em perseguição de novo imaginário
Por vontade aventureira
Molho as botas em mar de estrelas
Inalcançáveis tal qual a vida
Aquela que não bastou onde estou
O escuro de lá de fora
Aqui dentro também aparece
Instrumentos de navegação
Apitam penumbra em cor e som
De lá de baixo elas diziam-se tão perto
De lá de onde nada me bastou
De lá de onde o céu noturno amanhece
Nunca falha em amanhecer
Minha navezinha, meu lar
Na fuga fugaz de mim mesmo
Até algum porto que estenda atracadouro
Para este fugitivo de sei lá o quê
Poeminhas de Astronauta