NA MINHA NAVEZINHA

Pela janelinha da minha nevezinha

Seguro na mão astronauta

O escuro sólido de vácuo inóspito e

Vazio que seduz, atrai para dentro

A caminho do desconhecido

Poeira cósmica embaça a viseira

Do capacete, abrigo da mente inquieta

Em perseguição de novo imaginário

Por vontade aventureira

Molho as botas em mar de estrelas

Inalcançáveis tal qual a vida

Aquela que não bastou onde estou

O escuro de lá de fora

Aqui dentro também aparece

Instrumentos de navegação

Apitam penumbra em cor e som

De lá de baixo elas diziam-se tão perto

De lá de onde nada me bastou

De lá de onde o céu noturno amanhece

Nunca falha em amanhecer

Minha navezinha, meu lar

Na fuga fugaz de mim mesmo

Até algum porto que estenda atracadouro

Para este fugitivo de sei lá o quê

Poeminhas de Astronauta

Carlos H F Gomes
Enviado por Carlos H F Gomes em 24/06/2021
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