Sem João
Saudade da festança boa
Do som da sanfona arretada,
Das cores enfileiradas,
Feito arte, nas linhas de barbante
Da quentura de madeira em brasa
Bem armada, na frente da casa,
Fogueira da tradição que embasa,
Aquentando o de casa e o visitante
Os cheiros chegando ligeiros:
Não resiste o de cá nem o estrangeiro
Tem fartura pra amanhã e mais dia
E o balanço dos corpos faceiros
Na pegada de um bom forrozeiro
Consagrando minha amada folia
Entra dia, sai dia, tempo voa
E bom seria se a valia desejada,
Meu São João, esse não troco por nada,
Tomasse a parte que lhe é convencionada
E se fizesse realidade nesse instante.