E Daí?
Sou feio
Ninguém me quer
Falam de mim
Não falam de mim
E daí?
Quando dialogar
Contigo mesmo
Acharás Tu em ti
Comerá a sopa e o caviar
Vida
Mesmo que
Numa nota, só
À partir daí
Tu desmancharás
Aos poucos
Como a vela
Revelando
A si no fogo.
Não restará ao final
Nada do que foi
Sairás daqui
Como única testemunha
Do que aconteceu.
Daí...
E daí?
O que importará?
O que os outros dirão de você?
Suas artes?
Suas honras e as suas desonras?
Suas vitórias e os seus fracassos?
Suas safadezas e as suas ingenuidades?
Suas burrices e as suas sem-vergonhices?
Suas crendices e as suas toupeirices?
Sua Inteligência e a sua sapiência?
Suas insignificâncias e as suas misérias?
Seus amores e os seus horrrores?
Seus segredos e os seus medos?
Suas vaidades e as suas virtudes?
Que nada! O que importará o que foi?
E daí?
Depois que o hoje passar ser ontem
E o Sol não aquecer a pele que te cobre
Terá decaído da oportunidade
Então
Vamos?
Márcia maria Anaga(direitos autorais reservados, publicado no site Recanto das Letras)