A PRESSA DOS HOMENS
A pressa dos homens
bem que poderia dormir na praia
entre finos grãos de areia
lambidos pelas marés
num fim de tarde.
Mas a pressa dos homens
prefere a fila dos bancos
e o trânsito louco das sextas-feiras.
O sanduíche de salame,
mastigado às pressas,
devora a hora do almoço,
e a coca-cola engole
o momento de agora.
A pressa dos homens
consome a vida
mais que depressa.
Essa pressa bem que poderia
ficar estendida na rede,
espichando os minutos
e balançando as horas
pra lá e pra cá,
como se o seu compromisso
fosse apenas
com o preguiçoso vaivém
do momento que é agora.