Jardim de meu coração
No jardim de infinita potência de
meu coração
Estão a atravessar o véu da matéria,
e a romper,
flores de sutis emoções,
folhagens de sentires,
ervas daninhas, silenciosas e astutas reações e hábitos viciosos de profundas raízes, e
troncos rijos de pensamentos.
Rompem, em seu tempo natural, e
com a infinita misericórdia da Lei,
de forma paciente:
memórias dos constructos passados,
e as impressões do fluxo do Agora,
Que me oportunizam a cada dia aprimorar a
Destreza de meu trabalho.
Desde o alvorecer, até ao cochilo de sol poente
E mesmo durante o repouso,
Mantenho-me atenta à observação reta dos
Ciclos de cada vida que rompe nos campos,
E aplico-me a discernir quais são aquelas
Ervas que causam o dano e impedem
o vigor do estupendo e inefável jardim,
Para removê-las assim que brotam.
Sempre alinhada com o propósito perene
De estar sempre consciente, sempre atenta.
Aprendo, em meu contínuo trabalho, a ser
a ti, amado irmão, tão compassiva e
afeita pois sei que,
como tenho Eu,
a contemplar, minhas flores brancas,
Contemplas tu tuas flores vermelhas e azuis,
E também em teu jardim residem tantas
aguçadas
Ervas daninhas, quanto no meu;
Que solicitam fino suor de reto labor para
Serem notadas e rompidas.
A cada dia renasço e renovo-me
para forte e serena manter-me firme,
estabelecida no caminho do Agora.
Com a clareza,
A sutil clareza,
De que não sou as flores,
Os frutos, ou as ervas daninhas
Mas sim,
O Jardineiro.