Jardim de meu coração

No jardim de infinita potência de

meu coração

Estão a atravessar o véu da matéria,

e a romper,

flores de sutis emoções,

folhagens de sentires,

ervas daninhas, silenciosas e astutas reações e hábitos viciosos de profundas raízes, e

troncos rijos de pensamentos.

Rompem, em seu tempo natural, e

com a infinita misericórdia da Lei,

de forma paciente:

memórias dos constructos passados,

e as impressões do fluxo do Agora,

Que me oportunizam a cada dia aprimorar a

Destreza de meu trabalho.

Desde o alvorecer, até ao cochilo de sol poente

E mesmo durante o repouso,

Mantenho-me atenta à observação reta dos

Ciclos de cada vida que rompe nos campos,

E aplico-me a discernir quais são aquelas

Ervas que causam o dano e impedem

o vigor do estupendo e inefável jardim,

Para removê-las assim que brotam.

Sempre alinhada com o propósito perene

De estar sempre consciente, sempre atenta.

Aprendo, em meu contínuo trabalho, a ser

a ti, amado irmão, tão compassiva e

afeita pois sei que,

como tenho Eu,

a contemplar, minhas flores brancas,

Contemplas tu tuas flores vermelhas e azuis,

E também em teu jardim residem tantas

aguçadas

Ervas daninhas, quanto no meu;

Que solicitam fino suor de reto labor para

Serem notadas e rompidas.

A cada dia renasço e renovo-me

para forte e serena manter-me firme,

estabelecida no caminho do Agora.

Com a clareza,

A sutil clareza,

De que não sou as flores,

Os frutos, ou as ervas daninhas

Mas sim,

O Jardineiro.

Nicolle Ramponi
Enviado por Nicolle Ramponi em 20/06/2021
Código do texto: T7283270
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