amargo de quando jovem
sob o sol, guarda-se
o ombro que foi me dado,
deito sob meus pés, na
inclinação de mim mesmo,
o sol vomita seus versos de sangue,
seus bagos de lava transparente.
o caminho desbotado se abre
como uma noiva na noite esperada.
sigo, raro, por entre veredas e feridas,
o grito que não foi dado, é o sufoco
onde o mundo gira enquanto arranco
os dentes das árvores, nada mais
que esse suspiro de um cosmo improvisado,
sou santo, e sou guerra, no escuro, sou claro,
no claro, me escureço, seus braços eram
minha cama de brincar, arranco do abismo
o próprio abismo, sou eu, claro que sou
eu a descer as passarelas de fogo, a dançar
nas águas turvas dessa vida sem viço, sou eu
a fingir a me perder e me achar. sou eu
a saber o que sempre soube, nada mais
que uma montanha invertida, e a gulosa
vontade de viver.
da fruta, a doçura, mas também o amargo
de quando jovem.