O caule dormente...
As mãos que afagaram os sonhos
Plantaram o caule dormente na jarra
Lavaram da louça a fome
Varreram dos cantos as saudades
Livraram das teias os pensamentos
Quando batiam fios de ovos na tigela
As mãos que chacoalharam o adeus
Aplaudiram a chegada dos amores
Cuidaram de regar cada momento
Com borbulhantes risadas e abraços
As mãos que despojaram de tudo
Se enlaçam no peito se trançam
Quando já não há sonhos assando no forno
E nem há aromas de cafés exalando do bule
As mãos descansam, apenas se deixam
Abraçadas em silêncio, repouso as teclas