“TRIBUTOS A ÁGUA.”

Água que desse da serra,

Que vai encharcando a terra,

Deixando poças no chão!

Vai pouco a pouco molhando,

E assim as vidas regando,

No verde lá do sertão!

Tu és como extensa rede,

Que veio matar a sede,

De um mundo em convulsão!

Tens cumprido teu papel,

És lágrimas que cai do céu,

Do autor da criação!

Assim no calor ou frio,

Vai abastecendo rios,

Enchendo-nos de alegria!

Esse liquido transparente,

Que faz brotar as sementes,

Lançada na terra fria!

És a bebida preferida,

Tu és quem alimenta a vida,

No mundo em que vivemos!

Supres a necessidade,

De seres vivos na verdade,

Por que sem ti morreremos!

Dá-me uma dor no peito,

Quando vejo algum sujeito,

Teus mananciais poluindo!

Corta-me o coração,

Quando olho para o chão,

E sinto que estás sumindo!

Vem-me logo a sensação,

Que a sua falta então,

É mesmo de causar pranto!

Por saber que tudo aqui,

Passa a depender de ti,

Como represado manto!

Por isso que agradeço,

A Deus por dar-nos tal berço,

Como um lençol cristalino!

Em teus lagos e vertentes,

Com milhares de ser viventes,

Traçam ali seu destino!

Cada rio que formastes,

É como um ateliê de artes,

Que enche os olhos de espanto!

A cada área coberta,

Novas vidas se despertam,

Na natureza em cantos!

Choro ao ver o sertão,

E seu ressecado chão,

Clamando por ti deusa água!

Que venha através da chuva,

E caias ali como luvas,

Que afogue cada mágoa!

Perco-me em embaraços,

Quando percebo os regaços,

Empilhados de sujeira!

Que o homem na ganancia,

Mata de tantos a esperança,

Fazendo tantas asneiras!

Água és tão preciosa,

Como uma deusa formosa,

Matando nossa canseira!

Quando no tempo de estio,

Vamos nos molhar nos rios,

Num banho de cachoeira!

Quanto a ti desejamos,

Neste mundo em que estamos,

Pra nossa sobrevivência!

É a ti água querida,

A quem devemos a vida,

Perfeita por excelência!

Águas sempre estás presente,

No sangue, no suor da gente,

Que o nosso corpo molha!

Está presente em nossos olhos,

Se nossas lágrimas nos molham,

Quando a dor nos aflora!

Quando em cada igarapé,

Vejo a vida como é,

Te ti tão dependente!

Posso até lacrimejar,

Vendo a corrente onde está,

Fonte de vida somente!

Olhando a ti água doce,

Quem dera que aqui fosses,

Tida em devidos cuidados!

Podíamos então sonhar,

Sem medo comemorar,

Esse bem por Deus doado!

Assim deixo aqui impresso,

Esse tributo confesso,

A nossa maior riqueza!

Água pura e cristalina,

Vida das fontes e minas,

Presente da natureza!

Cosme B. Araujo.

18/06/2021.

CBPOESIAS
Enviado por CBPOESIAS em 18/06/2021
Reeditado em 18/06/2021
Código do texto: T7281671
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