Até o fim do mundo
Eu estava tão aqui
Tão sozinho do mundo
Tão sozinho de mim
Sozinho feito um Raimundo
E nessas horas pensei e não pensei
Em suicídio, veneno para dormir
Pensei em sair e andar e andar
Até o fim do mundo
Depois tudo passa, passa
Com um gole de cachaça
Com um gole de esperança
Com um gole de mar bravo
Eu estava a olhar pela janela
O tempo que faz fora de mim
Um sol de lamber os olhos
Depois uma chuva que não cessa
E nessas horas de medo e paz
Me vejo como um qualquer
Como mais um na fila do pão
Como o mais cheio de alegrias.
Milton Antonio
25/mar 2021