O JULGAMENTO DA ROSA

Olhe bem para dentro de si mesmo.

Não lhe concerne saber do futuro,

Sequer julgar o presente

E as pessoas que nele estão contidas.

Não lhe cabe responder

Através de outros lábios.

Enxergue apenas o que está a seu alcance,

Não lance opiniões,

Os ventos se distinguem por sua direção.

Acumule apenas recordações,

As coisas e as não coisas

Sempre contém algo de melhor.

A dor do outro somado à sua

Resulta apenas em mais dor.

Se o beijo de um lábio

Se transformasse em palavras,

O amor nos serviria de dicionário.

Reter as lágrimas salga mais os olhos.

Mesmo que não se compreenda,

Se as múltiplas razões

Forem o avesso das suas,

O amor transforma.

A mutação dos sentimentos

Chega como uma brisa de verão.

A paz que nos acalma,

O elixir da alma,

O sabor de ser feliz.

Humanizar-se é estar de frente para tudo

E ter braços suficientes para abraçar.

No fim, todos teremos o mesmo tamanho

E seremos donos do mesmo espaço.

A vida é o breve encontro da pele com o corpo,

Do coração com o espírito,

Da luz domando a escuridão.

Todos os que estão de passagem

Nesta terra semeada de gente

Não respiram em nossos julgamentos,

As palavras e pensamentos se vão.

E o tempo fica

Ensinando-nos em miligramas de amor

Que para semear rosas

Deve-se conviver com os espinhos.

Mario S.S. Andrade

MARIO SERGIO SOUZA ANDRADE
Enviado por MARIO SERGIO SOUZA ANDRADE em 17/06/2021
Código do texto: T7280842
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