O homem velho me disse:

"Tive que cortar!
Eu tive que SANGRAR
a cara dele."


O homem velho, era preto.
Carvão castigado de sol…
Ele não era um “Preto Velho”
Mas era preto e era velho.

Ele era quase bom…
Algo em seu céu é que caiu errado.
Caiu torto… caiu dobrado.

Chuva que desceu
e escoou pros lados…

Ele era da terra.
Ele era do arado.
Ele era de vida que
FICA AZEDA

… de tanto se tentar engolir.

Do crime da vingança que
FICA IMPOSSÍVEL
de tanto se tentar impedir.

No velho rosto: O desgosto de quem vai
fazer outro rosto: sangrar até morrer.
O homem velho me disse:

"eu tive que tirar um
bom pedaço do couro
daquele moço…"


E então choveu forte
e a chuva fui EU mesmo quem mandou.
Orei com muita fé e ela caiu com força.

"Tive que cortar!
Eu tive que SANGRAR
a cara dele."


Gritou outra vez e então…
chorou como tromba d’água.