Entre eu e Ela

Então ela chegou

vinda da profundeza do apelo dos meus desejos

empregues a ladrar com olhares o infinito

Ela chegou

Chegou enquanto eu ocupava minha culpa

com horas que cortavam minutos

entregues ao ócio de pensamentos travestidos

e perdidos feito frívolos militantes calados

Só me resta esperar

Que meus pensamentos primários os primeiros

que circulam em doses efêmeras sejam eternamente iluminado

Então que brilhe o sol que ilumine a lua clara e nua

que as estrelas cada vez mais entreguem lembranças de nobreza

E assim a lira do meu delírio nunca terá sujeito sem predicados

nem vírgulas e pontos ao acaso enquanto jejuo por suas carícias

Que todo ser rude que não chora seja feliz

e os que choram sejam sempre aclamados em verso ou prosas

Cansei

Cansei de acordar no escuro dormindo atrás da tua luz

com minha cabeça e meus pés enfiados no teu cadafalso

Cansei de ser boneco que finge amor pelo ventríloquo

No paradigma da minha vida não há espaço para sua dicotomia

Palavra

Quero te ter em silêncio no soluço de sussurros

Quero estar no seu travesseiro de plumas em sonhos

E enquanto enxergar o brilho dos teus paetês fulgentes

Serei feliz ao menos por essa vez

Então será feliz o homem que chora

E maldita a fascinação pela tristeza inacabada...

Orlando Miranda
Enviado por Orlando Miranda em 08/11/2007
Reeditado em 08/11/2007
Código do texto: T728042