Amemo-nos hoje
Por onde andam as emoções,
Senão nas taças de tinto,
Escondida algures desse quarto,
Pode parecer estranho,
Mas, o silêncio tem ilusões,
Teríamos sequestrados as vontades do corpo,
Isolar a alma e sair às pressas,
Confessas tu ou confesso eu!!?
Nem adianta responder as perguntas,
Senão antes atender às vontades,
Parecem redundantes,
Mas, a chama é a única
razão de que o corpo está vivo,
Somos réus activos
Submissos as nossas fomes,
Tantas que deu-nos vontades de comer os corpos,
Sem canibalismo, senão o realismo de suores
Com cheiro de nossos órgãos,
Com a essência de amores,
Emites as tuas vontades atrevidas,
Recebes os meus desejos calientes,
Acção de dar e receber,
Amor é reciprocidade de afectos,
Muito além do que a cama possa proporcionar,
Sexo é o tal complemento,
Da vontade do a(mar),
Na cumplicidade de pintar a tela da paixão,
Timbrar cada cor na nossa paleta,
Afagar-se como quem busca inspiração,
Tal como escrever em páginas brancas,
O sentimento da nossa poesia,
E às tantas sentir-se poeta,
Rejuvenescer em cada gozo da alma,
Repetir o acto sentenciando os corpos na chama,
Amemo-nos como se o tempo não existisse,
Pois o hoje, é a certeza de que amanhã pode ser diferente (...)
(M&M